O tratamento endodôntico é indicado quando a cárie atinge profundamente o dente, contaminando a polpa e permitindo a disseminação de bactérias pela raiz e pelos vasos sanguíneos no periodonto, próximo ao dente permanente. A infecção pulpar pode causar dor e inchaço, podendo até formar um abscesso. Em alguns casos, não há dor, mas pode haver lesão na raiz ou na cavidade pulpar devido à cárie, sendo apenas uma questão de tempo até que a dor apareça. Quando já há sintomatologia dolorosa, a anestesia pode ser parcialmente eficaz, necessitando, muitas vezes, de medicação antes da realização do tratamento endodôntico.

O diagnóstico inicia-se com radiografia, sendo confirmado pela remoção total da cárie, a qual, ao comprometer os tecidos pulpares, pode alterar o plano de tratamento. Um tratamento conservador pode ser modificado para uma abordagem endodôntica invasiva na região pulpar, sendo a última chance de manter o dente de leite na boca da criança de forma assintomática, com a região periapical descontaminada, cumprindo sua função mastigatória e guardando espaço para a erupção posterior do dente permanente.

É de fundamental importância a terapêutica medicamentosa ministrada pelos pais, que ajudará o organismo a combater a infecção e inflamação local.

No tratamento de canal, é necessário o acompanhamento radiográfico trimestral, uma vez que o material é reabsorvível pela raiz. A resposta do organismo de cada criança é de um jeito, dependendo do prognóstico do caso, sendo necessário retratamento.

Os pais devem ficar atentos, pois os dentes tratados endodonticamente podem sofrer recidiva de cáries quando não é realizada a higiene adequada na região entre os dentes com o fio dental, podendo ocorrer nova contaminação da polpa ou queda da restauração, piorando cada vez mais o prognóstico do caso e levando a sucessivos retratamentos, na tentativa de manter este elemento dental com saúde até a erupção do permanente.